23 de dezembro de 2008

A cor preferida da Criança.

A criança estava lá, sob as sombras das copas das árvores, de lá não sairia, já havia dito isso à Mulher, de lá, não sairia até que lhe fosse apresentada a cor do mar, a cor que seus olhos jamais experimentaram, a cor que tornava cega a sua imaginação, era azul, em seu sonhos, era verde em sua inocência. O Cavaleiro havia lhe dito, que em uma de sua jornadas, havia encontrado o mar, e naquela ocasião, ele se encontrava de cor lilás, a criança não acreditou, pois a todos que havia perguntado, uma só era a resposta, maravilhosa, essa era a resposta, então, a criança não conseguia imaginar um lilás sendo maravilhoso, estava perdida, buscando a maior árvore, para quem sabe avistar o mar de longe e obter a resposta para sua imaginação. Mulher Sábia já havia dito que não sairia mais do Vale do Desapego, jamais, desde então não podia acompanhar a Criança para essa jornada de descoberta, estranhava ela, o quanto a Mulher Sábia era tão apegada ao Vale do Desapego. Enfim que chega Grávia, vindo de Caçada da Misteriosa Planta Jamais, a Planta que jamais nasceu, ele, coitado, ria a Criança, não conseguiu achar a tal planta, mas confortou-se pois tinha uma cia para ir em busca da tal cor. Grávia imediatamente aceitou o convite, não dispensava uma sequer jornada. Eis, que, a Criança e o Cavaleiro se empenham em ir ao Norte das Colinas, em busca da cor do mar, em busca do mar. Andaram milhas e milhas, por via da Estrada que Não Tinha Nome, eis que enfrentaram a Cordilheira do Sol, eis que ultrapassaram as Campinas das Bruxas, e mesmo durante esse percurso, eles não encontraram o caminho correto, mesmo com muitas sugestões, mesmo com uma bússola, essa que jamais havia desapontado o Cavaleiro, que havia certamente esquecido do caminho correto. Pensou em desistir, a Criança, mas Grávia jamais desistiria de uma jornada, ainda mais se ela significasse tanto a um amigo. Decidiram então, voltar pelo Sul, e mais uma vez, passaram por todos aqueles lugares felizes e outros tenebrosos, a Criança, Grávia percebeu, durante a jornada já havia deixado de ser uma criança, estava perdendo a essência, de tão desgastante que era a jornada, mas ele percebeu que seu sonho não havia mudado com o tempo, ela ainda desejava a cor, a cor passou a ser seu objetivo de vida. Naquele exato momento, Mulher Sábia se lembrou do verdadeiro caminho, mas estava tão apegada ao Vale do Desapego, que temeu por ir ao encontro de seus amigos, temia deixar aquele lugar, foi aí que veio aos seus olhos a imagem dos olhos da Criança cobertos com a cor do mar, e ela enfim saiu em busca de seus amigos, que por volta dessa circunstância estavam perdidos pelo Caminho Tortuoso. Eis que A Luz guia a Sabedoria, e ela encontra seus amigos, e juntos, seguem pelo Caminho que segue a Lua, a Criança não conseguia acreditar que Sábia havia se sacrificado por ela, sacrificado seu modo de vida para cumprir não o seu sonho, mas o de uma outra pessoa. Juntos os três alcançaram o fim do caminho, e eis que seus olhos cegueram com a maravilhosidade que a cor do mar possuía, e eles desejavam jamais perder aquela sensação, da felicidade da conquista, de ver, de sentir, de poder dizer, nós conseguimos, juntos, ver a cor do mar, e realmente ela é maravilhosa. E não só a Criança, mas também o Cavaleiro assim como a Sabedoria, voltaram a ser crianças novamente.

29 de novembro de 2008

Grávia e o Horizonte.

Lá estava Grávia, ele mais uma vez em uma aventura, grandes aventuras tinha vivido desde o encontro com a Mulher Sábia.
Depois de sua saga nas Campinas Verdejantes, saiu em busca do horizonte, andou milhas e milhas, mas sempre ao crepúsculo o perdia, não havia bússula ou tele-transporte que o guiassem, pois sua busca era infinita, mas ele não desistiu.
Ao passar pelo Vale das Almas Coloridas, viu que muitos de seus desejos estavam ali, mortos, também sem rumo, viu que seus desejos mortos estavam chorosos, pois tinham encontrado seu mestre mas não poderiam se juntar a ele mais uma vez. Era como se víssemos a Glória, mas sem podê-la sentir, sem usufruí-la, e isso era a condenação que as Almas, antes Desejos, teriam que pagar...
E Grávia se arrasou, por ter se sentido culpado por ter matado muitos do seus desejos preferidos, mas não havia mais salvação, muitos deles já estavam em outro mundo, enquanto alguns experimentariam a Passagem dali a pouco, mas Grávia, ou O Otimista, viu em suas Almas, um ponto positivo, percebeu que a experiência havia o tornado um cavaleiro mais forte, mais fiel, e dito isso à Mulher Sábia, percebeu que muitos seriam necessários pra que ele seguisse sem que suas Almas o perseguissem.
Pois bem, ele então passou pelo Vale, e seguiu em torno do Riacho das Lágrimas, onde experimentou um mundo fantástico, onde não havia dor, onde todas suas cicatrizes desapareceram, desde que se lavasse no Riacho, mas muito cuidado, disse a Mluher Sábia, é viciante, e muito relutante, ele se desvencilhou daquele Riacho, mas nada de Horizonte, temia que jamais conseguisse cumprir esse dejeso, e temia mais, que ele pudesse se tornar um habitante do Vale das Almas Coloridas...
Mas, ao nascer-do-Sol, ele obteria uma resposta, um passarinho-verde tinha lhe contado isso, e ele ancioso pelo então 'nascer', não conseguiu dormir, e veio a perder o nascer daquele dia, mas não se preocupou, pois sabia que todos os dias ele retornaria para uma conversa exata de 12 horas. E assim, cumpriria mais uma aventura, e assim mais um degrau da sua viagem pelo mundo havia sido concluído.

21 de novembro de 2008

Vontades que vem do fundo.

Vontade de estourar os tímpanos,de arrancar a pele, de furar os olhos, de cortar a língua. Vontade de sair, pra Lua, pro Mar.Às vezes vontade de ficar mudo, pra não falar bobagens, às vezes vontade de gritar, só assim me ouvem.Vontade de nunca mais ver, ignorar, mas ser visto, quebrando o ciclo.Vontade de sentir sem ser sentido ou ser apenas sentido, vontade de sentir o exterior.Vontade de apreciar o sabor da vida.E de apreciar o bom da vida.Vontade de quebrar as correntes.

30 de outubro de 2008

Quando a Chuva...

De mãos erguidas para o céu, estava, a criança.
A mãe a chamava constantemente, implorava, mas a criança parecia não escutar.
De mãos erguidas para o céu, e uma gota de chuva a lavou, uma gota só foi o bastante, para a imensidão do seu coração, tão pequenino, mas tão elástico.
Esperava por ela há dias, esperava por ela ansiosamente, pois o seu maior sonho era poder brincar na chuva.
O seu sonho era ficar molhado e poder deslizar na grama enxarcada, poder jogar futebol sem goleiros, e poder sentir o gosto da água que vinha do céu.
Muitos não entendiam aquela visão, da criança extremamente feliz por um simples aguaceiro,uma coisa rotineira, mas que para ela, era quase milagre, muitos queriam entender seus motivos, mas a criança apenas estava, ali, na chuva.
Seu pai, enfim, percebeu, e foi junto a ela, tomar banho de chuva, tina esquecido como era bom, equecido da inconseqüencia infantil, esquecido que nada tem razão, que o que bastava eram os momentos. Fazia décadas que ele não sentia aquela água, a água que vinha do céu, e juntos, o pai e seu filho, ficaram na chuva, brincando um com o outro, rolandos na grama enxarcada.
A criança , chamou então o seu cachorro, que por motivos óbvios, se chamava Cascão, e ele, com seu instinto canino e seu amor ao seu dono, obedeceu sem medo, e vencendo seus temores, deu um uivo de vitória, como se naquele momento o mundo voltasse a respirar, e juntos, os três estavam lá, na chuva, apenas se divertindo, apenas sendo crianças...

16 de outubro de 2008

Sobre o Cavaleiro e O Diálogo com a Mulher Sábia.

Sobre O Caveleiro?

Ah é difícil obter informações a respeito dele, não tem registro algum de sua existência;

E Quanto a seu destino?

O que é destino?Acredito que sejamos nós que traçamos nossos destinos, afinal, quem opta pelos caminhos somos nós, e quem sofre as consequencias também somos nós.

Ele morreu?

Não sei nem se ele nasceu.

E sua história?

Um rascunho, pode-se dizer.

Sua missão?

Salvar todos nós?

Na guerra?

Não na vida.

E a criança?

Todos nós.

E você?

Mulher Sábia.



Mulher Sábia e O Caveleiro, são aqueles que vieram tirar a escuridão do povo, do universo e durante tantas gerações, fizeram com que as pessoas encontrassem e enfrentassem os seus medos e demônios interiores.Mulher Sábia, vive hoje ao redor do Vale do Desapego e Grávia, O Cavaleiro, anda por aí nos parquinhos passeando com sua criança.

7 de outubro de 2008

Cavaleiro desnorteado.


Grávia estava caminhando pelas ruas de Roma, numa cruzada desértica, havia se perdido de sua tropa no meio da batalha, mas ali não havia mais ninguém, pelo menos era o que esperava. Procurava por todas as direcções sua preciosa tropa, era muito inseguro e ali solitário era um alvo fácil. Entrou em desespero, pois a muito tempo caminhava com sua espada embainhada e sua armadura rígida, tinha esperança do reencontro, mas o dia estava acabando e uma grande decisão deveria fazer, continuaria sua busca interminável e angustiante. Na calada da noite, quando seus inimigos bolavam armadilhas, seria muito mais fácil a sua capturação e consequentemente sua derrota, mas parar para descansar poderia resultar num maior distanciamento de sua tropa, resolveu descansar um pouco, iria acelerar seus pesados passos ao amanhecer. Mas veio-lhe um sonho de imediato, um predestino havia o repousado, sonhara com um leito, cheio de crianças órfãs, e depois com um asilo cheio de mulheres abandonadas, acordou na nova Roma, onde estavam todos os seus amigos e sua família, todos com sorrisos nos semblantes, todos com alegria estampada, não estava mais com sua roupagem de exército, mas com seu pijama de infância, era uma nova era, ou não, um simples sonho, parecia interminável, e realmente foi. Estava em profundo coma, pois não sentia seus membros o respeitando, não sentia seu coração pulsando, seria, talvez um sonho. Mas quando iria acabar?E sua tropa? Um raio de luz despertou seus olhos da escuridão de Roma, e lá estava ele, semi-vivo ou quem sabe semi-morto, poucos conhecem a fronteira entre a vida e a morte, mas pode-se dizer que ele estava lá, ou quem sabe parte dele, sua tropa, antes tão procurada, não havia ali, e no sue lugar havia gente, que não estava ali, piores que ele, pensou. Refletiu, sua epifania teria durado quanto tempo?Achava nenhum sentido nisso tudo, estava procurando sua tropa, adormeceu, acordou mas não estava vivo.Nada de simples pensou. Até que uma criança chegou aos seu pés e disse:A vida lhe deu uma nova chance. E saiu, sendo essa a frase epifânica primordial, imediatamente, o cavaleiro de passos pesados, se despiu, vestindo o Sol, e saiu, junto com a criança, para o mundo onde realmente precisavam de cavaleiros...

25 de setembro de 2008

Cão.








=>Pela primeira vez eu falarei diretamente, cara, eu chorei ao ver essas fotos, porque tipo, as coisas são tão simples, mas nós, ignorantes, presos à caverna, não deixamos fluir nossa humanidade....

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Essas imagens eu tirei de um site "Refúgio das Patinhas'' de Portugal (creio que sim!), sobre animais abandonados e vítimas de maus-tratos, é uma organização que ampara esse animais, tava marocando a net e por descuido achei esse site. E nele tinha uma galeria de fotos do 'antes' e 'depois' (muito chocante!!!) aí eu revirei essas imagens aí, elas realmente me tocaram....
Ps: essa são do 'depois'
Inté!!!

Aberta, não fechada.

Sim, aberta, não fechada, por que uma porta que está fechada, pode muito bem passar despercebida, mas uma porta aberta, é algo que nos remete ao profundo, uma porta aberta é como um convite ao coração. Pois uma porta aberta, por mais rude e aprisionada que seja, mas o seu objetivo está sendo cumprido, pois o sonho de uma porta aberta se cumpre a medida que se cumpre o seu convite. Porque uma porta aberta, está para o mundo assim como o céu está para o mar, assim como a vida está para a eternidade. Uma porta aberta, se define assim como um cão define o seu dono. Porque o simples desejo de ultrapassá-la faz com que sua existência seja importante, por mais simples que seja sua função, mas a cumpre, porque sua vida faz sentido junto com sua passageira obra. Porque quando se passa por ela, não se passa despercebido, pois ali está a sua missão. E despercebidas estão as porta trancadas, que por mais que tenta-se arrombá-las não conseguimos, pois o que as prende é a ignorância e a cura da ignorância. Por mais que certas portas se quebrem, por mais que inúmeras portas se fecham, por mais que fechamos muitas portas, mas uma porta jamais será corrompida, basta encontrá-la. Muitos homens já ultrapassaram a bendita porta, mas jamais conseguiram descrever com aptidão o sentimento que o foi causado, porque a porta que nunca se fecha é também a porta da felicidade, e felicidade, possui tantas definições, tais quais existem inúmeras e incontáveis portas, mas a felicidade verdadeira, só quem sabe definir é a porta que nunca se fecha.

3 de setembro de 2008

(Sem título)


Estou muito triste para escrever, estava eu, lá, naquela movimentada Rua de Paris, sabes?E uma pessoa acabara de ser atropelada, e sim, ela morreu. Mas não apenas o seu corpo, mas consigo seu sonhos, suas afinidades e seus projetos, exceto, talvez, suas realizações. Quem sabe aquela pessoa, havia deixado um legado de honra, um legado de testemunhos, um legado de felicidade? Quem sabe sua morte, para alguns e talvez até mesmo para a humanidade, não foi em vão, porque em vida realizou projetos vitais. E se aquela pessoa deixou para seus filhos, uma carta de recomendação? Nada mais do que sabedoria? E se plantou nada mais que amor e amizade em vida? E se, simplesmente, aquela pessoa não passou despercebida diante do mundo? Não a conhecia, mas quem a conheceu simplesmente não a esqueceria jamais? Por que algo de bom em almas ela talhou? Pasmo estava eu, naquela movimentada Rua de Paris, quando vi um herói morrer, mas que ouvi o belo consolo som das trombetas...

31 de agosto de 2008

Anjo.


(Homenagem mal feita)

Um dia eu estava caminhando sem rumo, algo me despertava durante o percurso, uma meia-luz, com asas, brilhante, um ser, um jovem e ilúcido ser, uma pessoa, tinha certeza só poderia ser, Não me bastava ficar vendo, adimirando, tinha curiosidade, queria saber da essência daquele ser, algo realmente despertava em meu interior, me curiava, me instigava. Muitas perguntas tinha em meu coração, muitas questões a serem respondidas. Não havia outra maneira, não encontrei outra forma de quietar a minha inquietação, não havia sequer coragem de me aproximar daquele ser, olhava desconfiado, de longe, afim de não assutá-lo, mas o ser era um sujeito, da terceira pessoa do singular, era sem fim e sem começo, alguns o conheciam, poucos o entendiam. Achei finalmente um jeito, uma abertura e consigui a muito custo chegar perto sem escabriar o ser. Consegui arrancá-lhe um oi, descobri que não se tratava de algo surreal, mas simplesmente de humanidade, era algo parecido, algo ainda desconhecido, algo a ser investigado, algo, confesso eu, muito difícil. Aquele ser, a quem me despertou profundo interesse, era nada mais do que um espelho meu, do meu interior, descobri, ao longo de várias caminhadas e alguns tropeços, que aquele ser se tratava de uma missão, tinha que conquistar sua confiança, por mais impossível e impenatrável que fosse, lembro-me, que no começo, foi muito difícil, mas durante nossa estrada tortuosa, fomos nos conhecendo, e aquele ser, cheio de luz, acabou me aquecendo aos poucos, me transmitindo seu vigor, sua juventude, foi aí que eu percebi, acabara de encontrar um tesouro, que muitos homens juram não existir mais, que muitas lendas contam que está preso no mais profundo oceano e outras dizem que no mais temido deserto, sim eu encontrei esse tesouro, e ali ele estava, caminhávamos todos os dias, e por mais que teimávamos, vinham nos acompanhando muitos outros tesouros, éguas, fiquei rico pensei. Realmente, fiquei rico, espero ter ficado. Com todas aquelas luzes que nos acompanhavam, ora como protagonistas ora como figurantes, mas era lá que nos acertávamos, estávamos quase chegando ao nosso destino. Fiz uma retrospectiva da nossa viagem, do quão difícil foi acompanhar e ser acompanhado por aquele ser. Andamos incontáveis milhas, e chegamos a uma bifurcação, Ah não!Um de nós teria que abdicar de seu próprio caminho ou ambos segueríamos os respectivos, ficamos ali , estáticos, sem saber, bolamos vários planos, mas não chegávamos a um consentimento, não havia outro jeito, abdicar de um sonho era abdicar da própria vida, mas seguir, como? Foi aí que nos veio a idéia. Traçamos nosso próprio destino, juntos, lado-a-lado, de mãos dadas, seguimos, aquele que seria o caminho quem sabe para a eternidade, quem sabe para as profundezas ou o paraíso, não havia mais destino, havíamos o abandonado quando decidimos não seguir aqueles velhos caminhos, abdicamos de quem sabe a felicidade, mas a verdadeira felicidade, descobrimos, estar no próximo, na companhia, e não no caminho. Seguimos para o incerto entretanto para o verdadeiro. E assim, vivemos sem passar despercebidos.
Amigos.

14 de agosto de 2008

A casa da Árvore.

Eu penso que algo sei, por que a vida não é mera passagem, ah sei lá, escreva histórias e estórias, a vida não é passageira, escreva versos de paixão e obituários, a vida não é vale-transporte, não pague por ela e não fique devendo, não deixe no "fiado", a vida não tem direito a "meia-passagem", não há meia-vida e nem uma vida e meia, viva a que tem, não use o meio-termo, a vida não é aleijada, não mate a vida, deixe-a caminhar, a vida não possui passaporte, não transporte sua vida para a irrealidade e a ilusão, a vida não requer pré-requisito, não dê desculpas para não viver, a vida não é uma turbina, não tente acelera-lá, a vida tem seu próprio tempo, e não tente retardá-la muito menos, a vida não é caixa-postal, não possui secretária-eletrônica, deixe que a vida viva.
Ou quem sabe, obtenhya uma maneira de viver à dua maneira, contrua uma Casa na Árvore e viva à Natureza!
,Rp

9 de agosto de 2008

I know Superman.


(Eu conheço o Super-Homem)

Por que os fatos não são tão dramáticos como queríamos que fossem,
Por que a vida não é uma tele-dramaturgia,
Por que o cotidiando não é mero passageiro, porque as estações não são corriqueiras, e sim, porque nós somos as decisões que tomamos ou preferimos não nos responsabilizar por elas.
E sim, por que nossas vidas são feitas de fatos heróicos, como reciclar o lixo ou orar.
Por que não vivemos em Metrópoles e nossa Torre da Liga da Justiça não está funcionando. Não por que não tenhamos heróis, não por que não existam pessoas heróicas ou fatos heróicos, ou simplesmente milagres.
E sim, por que eu decide ser meu próprio herói, e sim por que minhas atitudes decorrem sobre mim mesmo, e sim por que fiz de mim o meu salvador, óbvio não tão prepotente.
Só vi, e percebi, que cabe a mim mesmo a minha vida, oras, quem sabe então a minha sobrevivência.
Nada cético.
Eu absorvo minhas energias sim, de algo superior, mas escolhi a mim próprio como meio de heroísmo, não para salvar o mundo (quem sabe, talvez), mas para tentar salvar o Eu mesmo.
Por que se Eu conheço o Superman, que diferença faz, se ele não me conhece?
E sim por que decide me heorizar, não para os outros mas a mim!
A partir de mim, a vida não passará despercebido a outros.
Se "Penso que algo sei", penso que sou meu próprio herói, não que despreze os seus heróis, mas compartilho de uma virtude.
Vontade minha, uma vontade de tentar fazer primeiramente em mim, e a partir dissso, exteriorizar, certo?
I know Superman, e eu não passerei despercebido, e justamente por que não tenho uma identidade secreta.
, Rp

30 de junho de 2008

Porque Van Gogh não me dá ouvidos.


Caminhar à beira-mar, é sempre motivo de epifanias.
Eu não caminhei nem nada, mas vivo tendo pequenas epifanias.Epifanias que me fazem pensar na vida, momentos cruciais, em que sinapses relapsas ocorrem instanteamente, mesmo sem perceber, acabo me auto-analisando. Nem Freud, nem Lispector, mas quem sabe Newton, com a inércia, pois, eis que me acho inerte, por mais epifânico que sou (ou penso ser), acabo chegando sempre no mesmo lugar. Na vida, na vida, na esperança, no mundo. Tento enchergar além dos espelhos que cada um carrega, mas eu não consigo decifrar nem a mim mesmo, tento entender as pessoas, ouví-las, carregá-las, mas eu não suporto meu próprio peso, talvez juntos quem sabe carregaríamos o mundo, mas nosso umbigo solitário não permite tante proeza. Nem poetas e romancistas, nem artistas ou filósofos. Eu simplesmente paro na hora "H", não avanço, tranco, empaco, relaxo. Não sei se por falta de conhecimento, ou por comodismo, talvez por consciência ou inconsciência, só sei que de repente, passo por um momento e pausa, paro, chego a babar. Porque tanto mistério a cerca do mundo, das pessoas? Não compreendo, mas sei, que cada um escolhe ser o que acha que deve ser, egoísta, mesquinho, alegre, tímido, oportunista, legal, solitário. Só sei que podemos ser quem queremos, e que podemos mudar a nós mesmos, mas aí é o limite, nada de tentar mudar os outros, ou querer se adaptar, é simplesmente ser! Pois é, sei disso, e que por mais que eu tente, nunca vou compreendê-las, o máximo que posso fazer é amar, escolher e simplesmente aceitar, por mais que vá contra você, por mais que seja difícil, por mais que não venha a calhar, é simplesmente isso, talvez por isso Van Gogh preferiu cortar sua orelha, ou quem sabe, esse ero o jeito dele não passar despercebido...

,RP

22 de junho de 2008

Eu penso que algo sei.


O que seria o mundo se não fosse as paráfrases?
Eu sei que algo sei, por mais que eu seja estúpido ou tolo.Por mais que cometa erros igualmente estúpidos e toscos.
Por mais que negue a existência do óbvio, ou que eu acredite na inexistência do oculto.Por mais que eu creia em coisas supérfluas. Hoje eu assiste ao filme "A Casa do Lago" (Lake House), eu fiz-me uma pergunta, esperaria eu, quatro anos por um amor?Que amor? Por mais que seja algo bobo para alguns, para uns, é existencial.
Vivi muitas estórias, e sei que o amor e a amizade saõ protagonistas dessas e de muitas outras histórias.
Eu sei por exemplo, sobre a Divisão Celular, ou sobre "Lavar Louça". Por mais que atimita minha pequenês diante da infinidade do Universo, eu sei que algo sei. Por mais que eu não saiba apreciar inúmeras teorias, por mais que eu não saiba sobre o funcionamento de uma máquina de costura.
Eu sei que estou vivo, por exemplo, muitos até duvidam de sua própria existência, duvidam de seu próprio caráter, duvidam até mesmo de sua própria história. Eu não, eu sei da minha história, e eu sei no que eu me tornei ao passar das primaveras.
O que me faz refletir, simplesmente, é o cotidiano, uma simples caminha na calçada, lá, você observa várias pessoas, sonhos, realidade, medo. Eu me observo diante delas e me pergunto, o que me diferencia das demais? Será Eu um figurante de uma estória na TV? Não, eu sou Eu, tenho consciência disso. Dos meus medos ,das minhas fraquezas e das minha vitórias.
Tenho a convicção da esperança, uma dia tudo melhora, um dia eu conseguirei, mas durante esse percurso, eu tentarei.
Eu acho o pôr-do-sol mais bonito que o nascer, será que apreciarei o fim mais que aprecio o começo? O lindo pôr-do-sol, naquele dia estafante, cansativo, e divertido. Quando o vejo, até me arrepio.
Eu sei que desculpo mil fórmulas matemáticas, muitas reações químicas, muitas frases honrosas, mas eu tenho consciência disso, do que eu faço, então eu sei de algo, não sei? Se você sabe ao menos do que você desconhece, então você sabe de algo.
Pois muito bem, eis que fiz esse blog, para me expressar diante do mundo, para tentar não passar despercebido no meio de uma confusão que chamam de humanidade, eis que me imponho (ou não) para que me observem, para que notem minha presença. Sei que sou amado, se não, ao menos apreciado, nem que seja por um verme que me consome (pelo menos estou sendo um elo da cadeia alimentar, um "fornecedor"), eis que acho meu nível trófico.
, RP