30 de junho de 2008

Porque Van Gogh não me dá ouvidos.


Caminhar à beira-mar, é sempre motivo de epifanias.
Eu não caminhei nem nada, mas vivo tendo pequenas epifanias.Epifanias que me fazem pensar na vida, momentos cruciais, em que sinapses relapsas ocorrem instanteamente, mesmo sem perceber, acabo me auto-analisando. Nem Freud, nem Lispector, mas quem sabe Newton, com a inércia, pois, eis que me acho inerte, por mais epifânico que sou (ou penso ser), acabo chegando sempre no mesmo lugar. Na vida, na vida, na esperança, no mundo. Tento enchergar além dos espelhos que cada um carrega, mas eu não consigo decifrar nem a mim mesmo, tento entender as pessoas, ouví-las, carregá-las, mas eu não suporto meu próprio peso, talvez juntos quem sabe carregaríamos o mundo, mas nosso umbigo solitário não permite tante proeza. Nem poetas e romancistas, nem artistas ou filósofos. Eu simplesmente paro na hora "H", não avanço, tranco, empaco, relaxo. Não sei se por falta de conhecimento, ou por comodismo, talvez por consciência ou inconsciência, só sei que de repente, passo por um momento e pausa, paro, chego a babar. Porque tanto mistério a cerca do mundo, das pessoas? Não compreendo, mas sei, que cada um escolhe ser o que acha que deve ser, egoísta, mesquinho, alegre, tímido, oportunista, legal, solitário. Só sei que podemos ser quem queremos, e que podemos mudar a nós mesmos, mas aí é o limite, nada de tentar mudar os outros, ou querer se adaptar, é simplesmente ser! Pois é, sei disso, e que por mais que eu tente, nunca vou compreendê-las, o máximo que posso fazer é amar, escolher e simplesmente aceitar, por mais que vá contra você, por mais que seja difícil, por mais que não venha a calhar, é simplesmente isso, talvez por isso Van Gogh preferiu cortar sua orelha, ou quem sabe, esse ero o jeito dele não passar despercebido...

,RP

22 de junho de 2008

Eu penso que algo sei.


O que seria o mundo se não fosse as paráfrases?
Eu sei que algo sei, por mais que eu seja estúpido ou tolo.Por mais que cometa erros igualmente estúpidos e toscos.
Por mais que negue a existência do óbvio, ou que eu acredite na inexistência do oculto.Por mais que eu creia em coisas supérfluas. Hoje eu assiste ao filme "A Casa do Lago" (Lake House), eu fiz-me uma pergunta, esperaria eu, quatro anos por um amor?Que amor? Por mais que seja algo bobo para alguns, para uns, é existencial.
Vivi muitas estórias, e sei que o amor e a amizade saõ protagonistas dessas e de muitas outras histórias.
Eu sei por exemplo, sobre a Divisão Celular, ou sobre "Lavar Louça". Por mais que atimita minha pequenês diante da infinidade do Universo, eu sei que algo sei. Por mais que eu não saiba apreciar inúmeras teorias, por mais que eu não saiba sobre o funcionamento de uma máquina de costura.
Eu sei que estou vivo, por exemplo, muitos até duvidam de sua própria existência, duvidam de seu próprio caráter, duvidam até mesmo de sua própria história. Eu não, eu sei da minha história, e eu sei no que eu me tornei ao passar das primaveras.
O que me faz refletir, simplesmente, é o cotidiano, uma simples caminha na calçada, lá, você observa várias pessoas, sonhos, realidade, medo. Eu me observo diante delas e me pergunto, o que me diferencia das demais? Será Eu um figurante de uma estória na TV? Não, eu sou Eu, tenho consciência disso. Dos meus medos ,das minhas fraquezas e das minha vitórias.
Tenho a convicção da esperança, uma dia tudo melhora, um dia eu conseguirei, mas durante esse percurso, eu tentarei.
Eu acho o pôr-do-sol mais bonito que o nascer, será que apreciarei o fim mais que aprecio o começo? O lindo pôr-do-sol, naquele dia estafante, cansativo, e divertido. Quando o vejo, até me arrepio.
Eu sei que desculpo mil fórmulas matemáticas, muitas reações químicas, muitas frases honrosas, mas eu tenho consciência disso, do que eu faço, então eu sei de algo, não sei? Se você sabe ao menos do que você desconhece, então você sabe de algo.
Pois muito bem, eis que fiz esse blog, para me expressar diante do mundo, para tentar não passar despercebido no meio de uma confusão que chamam de humanidade, eis que me imponho (ou não) para que me observem, para que notem minha presença. Sei que sou amado, se não, ao menos apreciado, nem que seja por um verme que me consome (pelo menos estou sendo um elo da cadeia alimentar, um "fornecedor"), eis que acho meu nível trófico.
, RP