7 de outubro de 2008

Cavaleiro desnorteado.


Grávia estava caminhando pelas ruas de Roma, numa cruzada desértica, havia se perdido de sua tropa no meio da batalha, mas ali não havia mais ninguém, pelo menos era o que esperava. Procurava por todas as direcções sua preciosa tropa, era muito inseguro e ali solitário era um alvo fácil. Entrou em desespero, pois a muito tempo caminhava com sua espada embainhada e sua armadura rígida, tinha esperança do reencontro, mas o dia estava acabando e uma grande decisão deveria fazer, continuaria sua busca interminável e angustiante. Na calada da noite, quando seus inimigos bolavam armadilhas, seria muito mais fácil a sua capturação e consequentemente sua derrota, mas parar para descansar poderia resultar num maior distanciamento de sua tropa, resolveu descansar um pouco, iria acelerar seus pesados passos ao amanhecer. Mas veio-lhe um sonho de imediato, um predestino havia o repousado, sonhara com um leito, cheio de crianças órfãs, e depois com um asilo cheio de mulheres abandonadas, acordou na nova Roma, onde estavam todos os seus amigos e sua família, todos com sorrisos nos semblantes, todos com alegria estampada, não estava mais com sua roupagem de exército, mas com seu pijama de infância, era uma nova era, ou não, um simples sonho, parecia interminável, e realmente foi. Estava em profundo coma, pois não sentia seus membros o respeitando, não sentia seu coração pulsando, seria, talvez um sonho. Mas quando iria acabar?E sua tropa? Um raio de luz despertou seus olhos da escuridão de Roma, e lá estava ele, semi-vivo ou quem sabe semi-morto, poucos conhecem a fronteira entre a vida e a morte, mas pode-se dizer que ele estava lá, ou quem sabe parte dele, sua tropa, antes tão procurada, não havia ali, e no sue lugar havia gente, que não estava ali, piores que ele, pensou. Refletiu, sua epifania teria durado quanto tempo?Achava nenhum sentido nisso tudo, estava procurando sua tropa, adormeceu, acordou mas não estava vivo.Nada de simples pensou. Até que uma criança chegou aos seu pés e disse:A vida lhe deu uma nova chance. E saiu, sendo essa a frase epifânica primordial, imediatamente, o cavaleiro de passos pesados, se despiu, vestindo o Sol, e saiu, junto com a criança, para o mundo onde realmente precisavam de cavaleiros...

Um comentário:

Fóssil disse...

Bela visão. bela história. Caramba, a epfiania final ficou extraordinária! Parabéns!